Por mera coincidência de percurso, ao passar pelos meus arquivos de fotografias que há vários anos tinha digitalizado para o PC, o mousse inadvertidamente fixou um ficheiro e desse gesto surgiu a vontade de abrir outras fotos, algumas um tanto enferrujadas pela erosão do tempo, mas, alguns segundos bastaram para as identificar com o momento de pascoa que vamos a atravessar e mais precisamente com o sábado de Aleluia que é hoje e acrescentando mais conteúdo a este dia as fotos me fizeram reviver, a Páscoa de 1974, assim como o Bife de Aleluia de 74, em que por acaso foi campeão num duelo de empate, bom deixemos essa parte de escasso interesse, também posso afirmar que foi a única competição de faca e garfo da minha vida, e da qual não fiquei com remorsos, decorridos quarenta e dois anos, mantenho a mesma linha sem um mínimo de esforço sem temor à obesidade, mas com um frenesim quotidiano sempre presente, que se identifica com uma maneira de ser própria, talvez seja esse o meu escudo invisível que me protege dos excessos que num momento ou outro nos pode tomar de assalto.
Nada desta lenga lenga, teria razão para ser blogado, nem certamente o sentido da minha atenção, teria sido avivado para as imensas recordações que daí vieram, muitos amigos que já nos deixaram, alguns, com os quais convivi muitos anos, atendendo ao dia de hoje, lembro o fundador do Bife da Páscoa, O Sr.. Américo antigo Proprietário e fundador do Restaurante Rio Lima, em Cardielos, um Mestre da culinária, insubstituível na confecção do Bife da Páscoa, cujo sabor personalizado se perdeu, outros pratos inesquecíveis do mesmo Mestre, como Arroz à Valenciana, Pescada à Vianense, e Bacalhau à Rio Lima. Naquele tempo, os grupos não eram como hoje que são às centenas, nosso grupo tinha trinta e tal homens, (só homens) foi um dia de convívio e alegria, lembro-me que o Amigo João Marques, foi a casa buscar o bombo e caixa a casa para animar a festa, e trouxe uma garrafa de bagaço especial, (ele também teve um alambique), apanharam-lhe a garrafa, a garrafa andou de mão em mão por debaixo da mesa, sem ele conseguir pôr a vista em cima, a par destas peripécias muitas outras se passaram, a convivência e a amizade, eram nobres condutas sempre presentes.
O Sr. Américo na caixa, à direita Manuel Canas fornecia a carne de 1ª. qualidade