Segunda-feira, 31 de Dezembro de 2007
Por S. Silvestre

 

 

Chegados ao fim de ano, mais uma vez dá-mos cumprimento à nossa vontade, trepando ao monte de S. Silvestre, o dia da festa, impreterivelmente é sempre no último dia do ano, creio que nunca faltei neste dia, pois é uma das festas que mantém algumas raízes antigas, nomeadamente a bênção dos animais e dos campos, no alto da varanda de blocos de granito feita pelos nossos antepassados, acontece, que este ano a festa teve para mim um sabor especial, pelo facto de a véspera dia 30 de Dezembro coincidir num domingo, eu também não fiquei em casa, é de véspera que as pessoas há longos anos se reúnem para confraternizar, num jantar com inscrições antecipadas, em que se juntam todos os amigos daquele lugar secular, ali, o dia começa de manhã, como em qualquer parte do globo, mas vou demonstrar que aqui é diferente, vejamos: Ás 9 horas depois da entrada dos Zés Pereiras, é a hora da “rincha”carne de vaca bem seleccionada com algum branco para lhe dar melhor sabor, juntamente com orelheira, chouriça “sanguinhas”, e chouriços de carne dos melhores fumeiros da aldeia, confesso que ao ver aquele aparato fumegante, em cima da mesa, o estômago meio adormecido quase sente umas convulsões negativas, mas depois de começar já pedia vis, o verdasco, era cá uma pomada, caía mesmo bem em cima da rincha. Depois de um ligeiro passeio até ao picoto do monte, para ajudar a digerir o grande pequeno-almoço. Às treze horas sentamo-nos à mesa, para saborearmos uma apetitosa pescada cozida com grelos e batata, depois do almoço seguiu-se um campeonato de malha e depois de sueca, em que não faltaram os craques do costume, às dezasseis horas, houve missa no Santuário, pelos amigos falecidos, no fim da missa, fomos comer uma adocicada sopa de cavalo cansado, só espero que o Sr. colesterol não saiba de todos estes abusos feitos à sua pessoa, e não me venha a tramar, mas, ao ver meninos de noventa e tal anos a abusar repetidamente, nem sei que pensar? Há noite, porque estava um pouco frio o comodismo venceu a vontade subir ao monte para ver o grupo musical, optamos por ficar no sofá junto ao fogão. O dia trinta e um, último dia do ano, o dia estava óptimo, o sol caía em cheio no espaldar da montanha e os seus raios entravam agressivos nos nossos olhos, fazendo-nos notar que o dia estava diferente do anterior, era bom sentir uma réstia de ar fresco, ou mais propriamente, uma brisa adocicada, temporada pelo sol que vinha do céu. Houve cerimónias e sermão alusivo a S. Silvestre, procissão, e a célebre bênção aos campos e animais, havia muitos cavalos, alguns de escola e muitos garranos, a seguir fomos petiscar a orelheira e mais uns condimentos apropriados com a família, como o trânsito começava a fluir, resolvemos vir embora, depois de bebermos uma tigela de vinho quente com açúcar, como é de tradição, aliás é de praxe todas as pessoas darem praticamente as mesmas voltas, porque estes procedimentos rotineiros, suponho que seja hereditário para as pessoas da região. Resta-me desejar a todos os meus amigos, boas entradas para o novo ano que se aproxima.

 

                                           Grupo de amigos

                                          Jogando às malhas

                        O bar do vinho quente e do cabrito, os cavalos também entram

 


sinto-me: com música nos ouvidos

publicado por J. Alves às 19:06
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Domingo, 16 de Dezembro de 2007
PREPARAÇÃO dos CHÁS

Plantas Medicinais (P15)

     De tempos a tempos, não faz nada mal lembrar, a maneira mais usada como devemos preparar os nossos chás, há muitas maneiras e muitas pessoas têm formas personalizadas de o fazer, porque sempre o fizeram e porque não querem alterar o que aprenderam de uma forma ancestral, pelos pais, avós, ou bisavós, ou pelos ensinamentos de uma vizinha velhinha, que já há muito se foi deste mundo, mas que perduram os seus ensinamentos. O que eu tento lembrar, não é de maneira alguma dirigido a estas pessoas, porque de uma forma ou outra, elas sempre conseguiram e conseguem fabricar os seus chás, apenas lembro que não se deve abusar na quantidade de plantas em relação à quantidade da água, utilizando sobrepostos de que as plantas são naturais, e não fazem mal, o que não é verdade, porque todas as plantas possuem a sua composição química elementos quando tomados com exagero são prejudiciais, até porque alguns destes elementos, não se coadunam, com a composição do corpo das pessoas que o tomam, e se estão a ser medicamentadas, pode haver incompatibilidade, e reacções negativas com os remédios que estão tomar.

Preparação dos Chás; são feitos com a dissolvência das plantas na água, através de cozedura, é extraído os componentes activos da planta submetida, a esta manipulação, depois de filtrados e servido em chávenas, a este conjunto de acções, chama-se Tisanas e podem ser preparados por- Infusão, Decocção, Maceração, e também são usadas cataplasmas.

            Noutra altura, falarei, na colheita e secagem das ervas, se bem que os chás podem e até é aconselhável ser feito com ervas frescas, e utilizado dentro de três meses, só que isso é  de certo modo impossível, pelo facto das pessoas da cidade não terem acessso, directamente ao campo, na comercialização, as ervas secas tornam-se mais versáteis, por não sofrerem alterações na sua manipulação.

Infusão – cortam-se em pequenos pedaços, as folhas, as flores, o caule, as raízes, em seguida quando a água estiver a ferver, deitar as plantas dentro do recipiente, durante cerca de dois a três minutos ainda a ferver, apaga-se a chama e deixa-se ainda cerca de 5 a dez minutos antes de filtrar, muitos dos chás tem composição activa volátil, pelo que é recomendável, beber em seguida, depois do arrefecimento necessário, as quantidades dependem das plantas, mas de uma forma geral, a poção indicada costuma ser de 30 a 40gramas, se as plantas forem frescas, uma pequena porção na concha da mão.

Decocção – Coloca-se o recipiente com a água e com as plantas dentro, depois de fechado, faz-se aquecer até ferver toda a mistura, durante alguns minutos, não convém exagerar na cozedura, para que os compostos activos da planta não sejam completamente queimados e percam propriedades.

Maceração: Com a finalidade de retirar todos os princípios activos da planta, é necessário um tempo mais longo, para a decomposição das partículas, mergulha-se a planta em água, álcool, aguardente, vinho, ou outro líquido, consoante o fim a que é destinado, coloca-se tudo num recipiente hermético, durante um dia ou semanas, de pende do tratamento.

Cataplasmas: Embora diferenciada dos chás, este método ancestral de tratamento é muito eficaz, embora hoje por tudo e por nada recorramos aos hospitais, recordo-me, que tinha cerca de oito anos levei com uma pedrada de um colega por cima do olho esquerdo, fazendo-me um considerável golpe, três dias de cama com cataplasma de linhaça, feita pela minha mãe, com manutenção diária, ao fim desse tempo, era dia de Páscoa, e eu estava completamente curado. A cataplasma deve ser preparada com folhas verdes com uma ou várias plantas, que devem ser esmagadas, até se obter uma pasta uniforme, as ervas poderão ser fervidas para melhor manusear o composto, ou ferver o líquido que pode ser leite, água, vinho etc, deve ser colocada quente junto à pele, sendo o unguento embrulhado em tecido, (antigamente era linho tecido nos teares caseiros, em quase todas as casas, havia uma tecedeira)  

                                                  

                                                             

                                              Continuando com os chás

 

Infusão; os  

 


sinto-me: Pela qualidade do chá

publicado por J. Alves às 15:42
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Domingo, 9 de Dezembro de 2007
Na Sombra de Cardielos

Por Cardielos 

 

            Por motivos de compromissos pontuais, não me foi possível acompanhar atempadamente alguns eventos da nossa terra, com os quais eu me identifico, e de igual modo, sempre que me é possível, dou as mãos e me entre ligo, só que por vezes , coexiste afazeres de compromisso, e aí a nossa vontade fica bloqueada, e tem o efeito catastrófico, como balde de água fria na nossa cabeça em dia invernal, mas em consciência, tenho que fazer transparecer, as réstias do resto do S. Martinho em 11 de Novembro, foi convidado como toda a gente da Aldeia, pela Confraria de S. Silvestre, que tinham 400 quilos de castanhas do douro  e um pipanço inox cheio até à tampa de bom vinho de boca aberta, eu queria dizer bica aberta, a verdade,  é que já tardiamente quando toda a malta se divorciava do bem bom, eu sulcava monte acima com a ânsia de encontrar algo do ainda bom, era tardinha de todo, mas quase não tinha lugar para estacionar o carro ofegante da íngreme picada.

            As castanhas estavam divinas, e a bebida também, por ali estavam também acampados os escuteiros de Barroselas, organizado com estruturas próprias, alusivas ao S. Martinho, em que se podia reparar desde o lobito ao chefe, as negras pinturas de guerra , bem estampadas nas faces, dos tições do braseiro,  de assar as castanhas.

            Ficam algumas fotos do resto.

                                                              

                                           Ordem para recolher

  

                                   

                                                                               O resto do dia

                                                             

              As castanhas, para os que virão

                                                           

                                                                                   o pipanço

 

 

            Outro evento, que foi levado a efeito pela Associação Cultural e Recreativa de Cardielos, foi uma visita guiada, aos locais mais assinaláveis de Cardielos, em que se concluiu, com almoço em S. Silvestre, também não me foi possível estar presente embora sabendo antecipadamente da data, mas por motivos de força maior, estagnaram a minha vontade, impedindo os meus ímpetos de querer seguir essa caminhada. A esperança diz – haverá uma próxima, eu acredito, eu diria mais, e porque não falar de pessoas, que fizeram parte da nossa aldeia, e que nós nem conhecemos, mas que ouvimos narrações dos mais velhos, lembrem-se.  

 


sinto-me: me recuerdo

publicado por J. Alves às 21:35
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LINHO-de-CUCO

LINHO-de-CUCO- Planta medicinal

 

Plantas Medicinais P14; (Linho de Cuco)

 

NOME;Linho-de-Cuco; ( Cuscuta epithymum murre)

 

Outros Nomes;  Linho de raposa, cabelo de Nossa Senhora, cipó chumbo, esparguete, fios de ouro, xirimbeira, Chilean dodder(inglês, cipó chumbo, (espanhol,

Família; das: Cuscutácias

Sabor;.

COMPONENTES; mucilagens, taninos, flavonóides, heterósido, rezina, goma , enzima,

 Propriedades; Antiflogística, adstringente, antidiarreia, expectorante, laxativo, carminativo

 

            Depois de um longo interregno, em que não passei a vista pelo meu blog, privado por motivações pontuais que me levaram a esta ausência, que aliás, já noutro tempo aconteceu, e certamente, uma outra vez irá acontecer, porque outros factores que fazem parte da minha vivência, se sobrepõem, a esta minha vontade de escrever. Para, de alguma forma me afastar do trilho da rotina, ou seja falar das plantas medicinais do meu quintal, vou intercalar no meu percurso, uma planta diferente, que certamente muita gente a terá visto, mas que dado à sua composição, certamente passará despercebida, esta planta, eu a vi em muitos locais, nomeadamente no Monte de S. Silvestre, em Cardielos, na Serra de Arga, (Caminha) e em muitos outros sítios, é uma planta parasita, ou holoparasita, sem folhas, sobrevive sem clorofila, com fios avermelhados ou amarelados, que escolhe uma planta, (mato ou outra) e a envolve como uma teia de aranha, em toda a sua envoltura exterior. O facto de pertencer à família das Cuscutas em que existem mais de cem espécies, e que sendo uma parasita tipo espécie de fungo, tem vitalidade própria, e pelo que tenho reparado, o volume cabeludo que envolve a sua hospedeira, creio que não a atrofia no seu desenvolvimento, porque embora portadora da segunda, apresenta-se com o seu clorofila completamente verde sem deteriorações, e não me parece que prejudique o seu normal crescimento, também não tenho conhecimento que seja uma planta muito utilizada aqui no Minho, o que contrariamente poderá acontecer em outros lugares que desconheço.

            Ao contrário de outras plantas, que são utilizadas para enumeras enfermidades, não é muito costume a utilização do linho de Cuco, aqui nestes lados, no entanto, alguns livros referem com indicações, para diversas utilizações, sendo algumas exposta aqui:

            Angina, afecções da garganta e da via respiratória, expectoração sanguínea, tosses, diarreia sanguínea, bronquite, obscesssos internos, constipações, congestão pulmonares icterícia, compressas para furúnculos e ferimentos.

                                 Foto tirada em Agra de Cima                    

 


sinto-me: Com Saudade

publicado por J. Alves às 19:54
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